OLIVENZA: OLIVENÇA, MAIS UMA VEZ, FALADA NA IMPRENSA BRITÂNICA...

OLIVENÇA, MAIS UMA VEZ, FALADA NA IMPRENSA BRITÂNICA (13-Março-2009)
UM TEXTO DE 13 MARÇO 2009, TADUZIDO
Data: Sat, 14 Mar 2009 15:00:10 +0000 [15:00:10 WET]
De: carlosluna@iol. pt

"TELEGRAPH" (blog), 13-Março-2009 (TRADUÇÃO E ORIGINAL)
Data: Sat, 14 Mar 2009 13:33:44 +0000 [13:33:44 WET]
De: carlosluna@iol. pt
Para: olivenca@yahoogrupos. com. br

BLOG "TELEGRAPH. CO. UK" 13-Março-2009
«SE A ESPANHA QUER GIBRALTAR, QUANDO PLANEIA (TENCIONA) DESISTIR DE (ABANDONAR) OLIVENÇA?
Daniel Hanan
http://blogs. telegraph. co. uk/daniel_hannan/blog/2009/03/ 13/if_spain_wants_gibraltar...
E se tivesse sido de outra maneira[ao contrário]? E se a Espanha tivesse tomado [se
tivesse "servido"] um pedaço de território de alguém, forçado a nação derrotada a cedê-lo
num tratado subsequente, e o mantivesse ligado a si? Comportar-se-ia Madrid como quer que
a Grã-Bretanha se comporte em relação a Gibraltar? ("Ni pensarlo!")
Como é que eu posso estar tão certo disso? Exactamente porque existe um caso assim. Em
1801, a França e a Espanha, então aliadas, excigiram que Portugal abandonasse a sua
amizade tradicional com a Inglaterra e fechasse os seus portos aos navios britânicos. Os
portugueses recusaram firmemente, na sequência do que Bonaparte e os seus"confederados"
espanhóis marcharam sobre o pequeno reino. Portugal foi vencido, e, pelo Tratdo de
Badajoz, obrigado a abandonar a cidade de Olivença, na margem esquerda do Guadiana.
Quando "Boney" (Bonaparte) foi finalmente vencido, as Potências europeias reuniram-se
no Congresso de Viena de Áustria para estabeldecer um mapa lógico das fronteiras
europeias. O Tratado daí saído exigiu um regresso à fronteira hispano-portuguesa (ou, se
se preferir, Luso-espanhola) anterior a 1801. A Espanha, após alguma hesitação,
finalmente assinou o mesmo em 1817. Mas nada fez para devolver Olivença. Pelo contrário,
trabalhou arduamente para extripar a cultura portuguesa na região, primeiro proibindo o
ensini do Português, depois banindo abertamente o uso da língua.
Portugal nunca deixou de reclamar Olivença, apesar de não se ter movimentado para
forçar esse resultado (a devolução) (ameaçou hipoteticamente com a ideia de arrebatar
[ocupar] a cidade durante a Guerra Civil de Espanha, mas finalmente recuou). Embora os
mapas portugueses continuem a mostrar uma fronteira por marcar [por traçar] em Olivença,
a disputa não tem sido colocada na ordem do dia no contexto das excelentes relações entre
Lisboa e Madrid.
Agora vamos analisar os paralelismos com Gibraltar. Gibraltar foi cedida à
Grã-Bretanha pelo Tratdo de Utrecht (1713), tal como Olivença foi cedida à Espanha pelo
Tratado de Badajoz (1801). Em ambos os casos, o país derrotado pode reclamar com razões
que assinou (qualquer dos tratados) debaixo de coacção, mas é isto que acontece sempre em
acordos de paz.
A Espanha protesta que algumas das disposições do Tratdo de Utrecht foram violadas;
que a Grã-Bretanha expandiu a fronteira para além do que fora estipulado primitivamente;
que implementou uma legiislação de auto-determinação local em Gibraltar que abertamente é
incompatível com a jurisdição britânica especificada pelo Tratdo; e (ainda que este
aspecto seja raramente citado) que fracassou por não conseguir evitar a instalação de
Judeus e Muçulmanos no Rochedo. Com quanta muito mais força pode Portugal argumentar que
o Tratado de Badajoz foi "extinto". Foi anulado em 1807 quando, em violação do que nele
se estipulava, as tropas francesas e espanholas marcharam por Portugal adentro na Guerra
Peninsular. Alguns anos mais tarde, foi "suplantado" (ultrapassado) pelo Tratado de Viena.
Certamante, a Espanha pode razoavelmente objectar que, apesar dos pequenos detalhes
legais, a população de Olivença é leal à Coroa Espanhola. Ainda que o problema nunca
tenha passado pelo "teste" de um referendo, parece com certeza que a maioria doa
residenteas se sentem felizes como estão. A língua portuguesa quase morreu exceto entre
os mais velhos. A cidade (Olivenza em espanhol) é a sede de um dos mais importantes
festrivais tauromáquicos da época, atrai raças (de touros?) e "matadores" muito para além
dos sonhos de qualquer "pueblo" de tamanho similar. A lei portuguesa significaria o fim
da Tourada de estilo espanhol, e um regresso à iobscuridade provincial (provinciana).
Tenho a certeza que os meus leitores entendem aonde tudo isto vai levar. Este "blog"
sempre fez da causa da auto-determinação a sua própria causa. A reclasmação de direito a
Olivença (e Ceuta e Melilla), por parte de Espanha, assenta no argumento básico
(rudimentar) de que as populações lá residentes querem ser espanholas. Mas o mesmo
princípio certamente se aplica a Gibraltar, cujos habitantes, em 2002, votaram (17 900
votos contra 187!) no sentido de permanecer debaixo de soberania britânica.
A Grã-Bretanha, a propósito, tem todo o direito a estabelecer conexões entre os dois
litígios (Olivença e Gibraltar). A única razão por que os portugueses perderam Olivença
foi porque honraram os termos da sua aliança connosco (britânicos). Eles são os nossos
mais antigos e confiáveis aliados, tendo lutado ao nosso lado durante 700 anos - mais
recentemente, com custos terríveis, quando entraram na Primeira Guerra Mundial por causa
da nossa segunrança. O nosso Tratado de aliança e amizade de 1810 explicitamente
compromete a Grã-Bretamha no sentido de "trabalhar" para a devolução de Olivença a
Portugal.
A minha verdadeira intenção, todavia, é a de defender que estes problemas não devem
prejudicar as boas relações entre os "litigiantes" rivais. Enquanto Portugal não mostra
intenção de renunciar à sua reclamação formal (legal) em relação a Olivença, aceita que,
enquanto as populações locais quiserem permanecer espanholas, não há forma de colocar o
tema na ordem do dia. Não será muito de esperar que a Espanha tome um atitude semelhante
vis-a-vis" Gibraltar.
Uma vez que este texto certamente atrairá alguns comentários algo excêntricos de
espanhóis, devo clarificar previamente, para que fique registado, que não é provável que
estes encontrem facilmente um hispanófilo mais convicto de que eu. Eu gosto de tudo o que
respeita o vosso país: o seu povo, os seus festivais (festas), a sua cozinha, a sua
música, a sua literatura, a sua "fiesta nacional". Amanhã à noite, encontrar-me-ão no
"Sadler´s Wells", elevado até um lugar mais nobre e mais sublime pela voz de Estrlla
Morente. Acreditem em mim, "señores", nada tenho de pessoal contra vós: o problema é que
não podem pretender defender dois pesos e duas medidas (não se pode ter as duas: Olivença
e Gibraltar).
FIM [38 comentários]

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