Si Alguien sabe algo de la familia de mi padre Manuel Isaac Gañán estaria agradecida con su información no de nada de la infancia de mi padre ni de sus hermanos
Hermanos en taliga no quedan, pero si que quedan primos una de mis tias pertenece a tu familia y tienes bastantes más de la familia Gañan. Si deseas mas información dejame por favor tu correo electronico.
Yo soy hija de Manuel Isaac, vivo en Barcelona y estoy intentando escribir la historia de la familia, te agradeceria me mandes informacion
HISTÓRIA DE TÁLIGA (III)
Texto de História de Táliga em castelhano
TEXTO DE HISTóRIA DE TáLIGA EM CASTELHANO (Trabalho inédito)
Porque se celebram (passe a ironia) 250 anos de terramoto de Lisboa de 1755, cabe aqui referir que Táliga foi atingida, ainda que levemente, pelo mesmo. O relatório de 1756 de São João de Spinha Cordeiro, cura da localidade, afirma que nove minutos antes das dez de 1 de Novembro de 1755 se ouvira grande estrondo, que durou cinco minutos; nenhuma casa se arruinou, ninguém morreu, nem surgiram fendas. Todavia, na herdade de Vale de Gameiros, bem como na de Vila Velha, rebentaram nascentes de água. O cura refere que a 11 de Dezembro houve um abalo de terra sem importância bem como tal sucedera cerca de trinta anos antes. Refere, finamente, que havia em Táliga 250 homens e 166 mulheres.
Um texto de 1758, do cura José Joaquim Guerra (“Memória Popular”), dizia existirem na localidade 104 vizinhos e 277 pessoas… o que quase certamente significará 450 habitantes e cerca de 257 pessoas consideradas como de fora (jornaleiros? Escravos?).
Na “Memória Paroquial” de 1758, e no que se refere a Vila Viçosa, destaca-se um parágrafo sobre a freguesia calipolense de Cilada, onde se lê “a serra (…) criar piorno, arruda (…); e pelas fontes avenca, erva saboeira, e também erva coroa de rey, TÁLIGA, cardo arzol (…)” (Citado em “O Montado no Alentejo, séculos XV a XVIII), de Ana Fonseca, Colibri, 2004). Pelos vistos existia uma planta com o nome de ” táliga”.
Datará talvez do século XVIII a traça actual da Igreja de Táliga, embora talvez seja mais correcto dizer que estamos perante uma mistura de estilos. O telhado, esse, tem uma forma muito encontrada em igrejas rurais alentejanas.
Em 1801 (20 de Maio), o exército espanhol ocupou Olivença e, portanto, todo o município, incluindo Táliga. Talvez alguns taliguenhos estivessem dentro das muralhas da sede do concelho. Não há muitas informações sobre a época mesmo porque quase não houve derramamento de sangue na Região. Note-se que a actual aldeia de Vila Real não pertencia então a Olivença, mas sim ao depois extinto concelho de Juromenha.
Em 1811, espanhóis, franceses, portugueses e ingleses, defrontaram –se na Região. Há noticias de novas destruições nos arredores, o que significou sofrimento para os taliguenhos.
Como se sabe, a Questão da Posse da Região de Olivença-Táliga nunca foi considerada como resolvida por Lisboa… o que não impede que se dialogue, se estabeleçam muito boas relações Portugal-Espanha, Extremadura-Alentejo, e Concelhos dos dois países. Deixemos, pois, de lado o aprofundamento e discussão deste problema, e continuemos o nosso esboço histórico.
Coube a Miguel Ángel Vallecillo Teodoro, de Olivença, escrever um livro “Olivenza en su História”, Olivença, 1999), onde se relatam os dramas que no inicio do século XIX as populações da Região (Táliga incluída, claro) viveram, ao tentarem forçá-las a abandonar costumes, língua, e cultura ancestrais. O Português, mesmo assim, segundo me disseram habitantes idosos em 1994, era ainda falado pela maioria dos taliguenhos em 1950.
É possível que alguns taliguenhos se tenham refugiado em Portugal no século XIX. O aparecimento de gente, por exemplo, com os apelidos “Farinha” e “Isaac” na Raia (Borba, Alandroal, Reguengos) assim o indica. Em contrapartida, famílias de várias regiões de Espanha foram-se fixando em Táliga principalmente quadros de funcionalismo e de ensino.
Administrativamente, não houve grandes alterações iniciais. São Jorge de Alor foi transformada em concelho independente a partir de 1843 (voltou a integrar-se em Olivença em 1862), mas Táliga só em 1850 viu a sua autonomia concedida. Mesmo assim só em 1871 surgem os primeiros registos feitos em Táliga, e já não em Olivença.
A Guerra Civil de Espanha (1936-39) produziu os seus dolorosos estragos, mortos, e anátemas. Táliga não foi muito afectada, pelo menos directamente, mas a nível de mentalidades assistiu-se a uma oficialização de um tipo de espanholismo chauvinista e xenófobo.
A localidade chegou a ter 1200 habitantes na década de 1950, mas a emigração reduziu este número para pouco mais de 700 (2001).
Há algumas notas sobre a história de Táliga que serão úteis divulgar. Por exemplo, temos o testemunho do oliventino Ventura Ledesma Abrantes, de cerca de 1940, publicado no livro “ O Património da Sereníssima Casa de Bragança em Olivença” (Lisboa, 1954) em que se refer o seguinte nas páginas 290-291: “O Orago da freguesia (Táliga) é N. S. da Assunção, imagem moderna, que brilha numa disposição reconfortante e a sua festividade realiza-se em 15 de Agosto. Do lado do Evangelho existe uma pia de água benta, que serve de baptistério. Numa das arrecadações encontramos uma formosíssima Imagem do século XVI ou XVII, que, por ter a base bastante carunchosa, não é exposta ao culto: é uma N. S. dos Santos de Talega, cuja reprodução se faz para melhor se avaliar do seu valor. O tempo de uma só nave tem de fundo 28 m por 6m de largo.”
Ora a gravura do livro mostra uma imagem igual á da de N. S. dos Santos hoje presente na Igreja de Táliga.
Todavia, é voz corrente na povoação que “os portugueses roubaram a imagem de Táliga, não é a verdadeira a que lá está”.
O velho sacristão Florêncio Silva, de mais de 90 anos, com quem falei em 1994, dizia-me que não tinha havido roubo nenhum. Confidenciava ele que a imagem de N. S. Santos tinha sido muito mal restaurada, mas que era a mesma (o que se verifica, sem grande esforço, comparando com esboços ou fotografias da Imagem actual). Mais, dizia que ainda existira outra imagem, nova, na Igreja, que não era de Táliga, nem de N. S. Santos, e que tinha sido retirada. E, finalmente, declarava, um tanto a medo, que havia pessoas que, ou por falta de cultura, ou por serem afectas ao franquismo, queriam por culpas nos portugueses para criar má vontade em relação aos mesmos.
Ignoro até onde vai a verdade e a mentira em toda esta história da “santa roubada”. É, contudo, urgente esclarecer o que se passou, pois, e de uma forma muito em desacordo com os tempos que hoje se vivem, o “roubo” continua a ser encarado por muitos taliguenhos como demonstração do mau carácter dos portugueses. Pior, dizem que a velha (antiga) santa da igreja é uma substituta do da original, o que, dada a antiguidade que apesar de tudo a mesma evidencia, é absurdo.
Não resisto (e as minha opinião vale o que vale) a chamar a atenção para o que considero ser um erro histórico no Escudo de Táliga, o primeiro conhecido da povoação, aprovado em 2003. Nele está inscrita uma cruz vermelha, que é classificada como “templária”, mas que não o é, pois a Cruz Templária era diferente e inconfundível (ver gravuras). Na parte inferior do mesmo Escudo, vê-se um ramo de laranjeira com duas laranjas, representando a Guerra das Laranjas (1801), que, segundo o texto oficial aprovado, representou a libertação de Táliga em relação a Olivença e a Portugal.
Não se contesta a importância que teve para Táliga a Guerra das Laranjas. Mas, tendo sido esta em 1801, e tendo-se autonomizado Táliga só em 1850, é difícil compreender porque se classifica como “libertadora” a primeira data.
Por outro lado, e passando agora a referir, na minha opinião, outro erro histórico, convém não esquecer que, entre 1315 e 1801, Táliga esteve integrada nas terras da Ordem de Avis. Assim, não se ter colocado no Escudo uma cruz da mesma ordem traduz-se num silenciamento do Passado Histórico da nova Vila, e no desrespeito da vivência de inúmeras gerações de taliguenhos que viveram, e muitas vezes morreram, por Portugal, durante quase 500 anos. Que razões se poderão apresentar que obstem a que se coloque uma Cruz de Cristo, ao lado de uma Cruz Templária correcta, no Escudo?
Texto de História de Táliga em castelhano
TEXTO DE HISTóRIA DE TáLIGA EM CASTELHANO (Trabalho inédito)
Porque se celebram (passe a ironia) 250 anos de terramoto de Lisboa de 1755, cabe aqui referir que Táliga foi atingida, ainda que levemente, pelo mesmo. O relatório de 1756 de São João de Spinha Cordeiro, cura da localidade, afirma que nove minutos antes das dez de 1 de Novembro de 1755 se ouvira grande estrondo, que durou cinco minutos; nenhuma casa se arruinou, ninguém morreu, nem surgiram fendas. Todavia, na herdade de Vale de Gameiros, bem como na de Vila Velha, rebentaram nascentes de água. O cura refere que a 11 de Dezembro houve um abalo de terra sem importância bem como tal sucedera cerca de trinta anos antes. Refere, finamente, que havia em Táliga 250 homens e 166 mulheres.
Um texto de 1758, do cura José Joaquim Guerra (“Memória Popular”), dizia existirem na localidade 104 vizinhos e 277 pessoas… o que quase certamente significará 450 habitantes e cerca de 257 pessoas consideradas como de fora (jornaleiros? Escravos?).
Na “Memória Paroquial” de 1758, e no que se refere a Vila Viçosa, destaca-se um parágrafo sobre a freguesia calipolense de Cilada, onde se lê “a serra (…) criar piorno, arruda (…); e pelas fontes avenca, erva saboeira, e também erva coroa de rey, TÁLIGA, cardo arzol (…)” (Citado em “O Montado no Alentejo, séculos XV a XVIII), de Ana Fonseca, Colibri, 2004). Pelos vistos existia uma planta com o nome de ” táliga”.
Datará talvez do século XVIII a traça actual da Igreja de Táliga, embora talvez seja mais correcto dizer que estamos perante uma mistura de estilos. O telhado, esse, tem uma forma muito encontrada em igrejas rurais alentejanas.
Em 1801 (20 de Maio), o exército espanhol ocupou Olivença e, portanto, todo o município, incluindo Táliga. Talvez alguns taliguenhos estivessem dentro das muralhas da sede do concelho. Não há muitas informações sobre a época mesmo porque quase não houve derramamento de sangue na Região. Note-se que a actual aldeia de Vila Real não pertencia então a Olivença, mas sim ao depois extinto concelho de Juromenha.
Em 1811, espanhóis, franceses, portugueses e ingleses, defrontaram –se na Região. Há noticias de novas destruições nos arredores, o que significou sofrimento para os taliguenhos.
Como se sabe, a Questão da Posse da Região de Olivença-Táliga nunca foi considerada como resolvida por Lisboa… o que não impede que se dialogue, se estabeleçam muito boas relações Portugal-Espanha, Extremadura-Alentejo, e Concelhos dos dois países. Deixemos, pois, de lado o aprofundamento e discussão deste problema, e continuemos o nosso esboço histórico.
Coube a Miguel Ángel Vallecillo Teodoro, de Olivença, escrever um livro “Olivenza en su História”, Olivença, 1999), onde se relatam os dramas que no inicio do século XIX as populações da Região (Táliga incluída, claro) viveram, ao tentarem forçá-las a abandonar costumes, língua, e cultura ancestrais. O Português, mesmo assim, segundo me disseram habitantes idosos em 1994, era ainda falado pela maioria dos taliguenhos em 1950.
É possível que alguns taliguenhos se tenham refugiado em Portugal no século XIX. O aparecimento de gente, por exemplo, com os apelidos “Farinha” e “Isaac” na Raia (Borba, Alandroal, Reguengos) assim o indica. Em contrapartida, famílias de várias regiões de Espanha foram-se fixando em Táliga principalmente quadros de funcionalismo e de ensino.
Administrativamente, não houve grandes alterações iniciais. São Jorge de Alor foi transformada em concelho independente a partir de 1843 (voltou a integrar-se em Olivença em 1862), mas Táliga só em 1850 viu a sua autonomia concedida. Mesmo assim só em 1871 surgem os primeiros registos feitos em Táliga, e já não em Olivença.
A Guerra Civil de Espanha (1936-39) produziu os seus dolorosos estragos, mortos, e anátemas. Táliga não foi muito afectada, pelo menos directamente, mas a nível de mentalidades assistiu-se a uma oficialização de um tipo de espanholismo chauvinista e xenófobo.
A localidade chegou a ter 1200 habitantes na década de 1950, mas a emigração reduziu este número para pouco mais de 700 (2001).
Há algumas notas sobre a história de Táliga que serão úteis divulgar. Por exemplo, temos o testemunho do oliventino Ventura Ledesma Abrantes, de cerca de 1940, publicado no livro “ O Património da Sereníssima Casa de Bragança em Olivença” (Lisboa, 1954) em que se refer o seguinte nas páginas 290-291: “O Orago da freguesia (Táliga) é N. S. da Assunção, imagem moderna, que brilha numa disposição reconfortante e a sua festividade realiza-se em 15 de Agosto. Do lado do Evangelho existe uma pia de água benta, que serve de baptistério. Numa das arrecadações encontramos uma formosíssima Imagem do século XVI ou XVII, que, por ter a base bastante carunchosa, não é exposta ao culto: é uma N. S. dos Santos de Talega, cuja reprodução se faz para melhor se avaliar do seu valor. O tempo de uma só nave tem de fundo 28 m por 6m de largo.”
Ora a gravura do livro mostra uma imagem igual á da de N. S. dos Santos hoje presente na Igreja de Táliga.
Todavia, é voz corrente na povoação que “os portugueses roubaram a imagem de Táliga, não é a verdadeira a que lá está”.
O velho sacristão Florêncio Silva, de mais de 90 anos, com quem falei em 1994, dizia-me que não tinha havido roubo nenhum. Confidenciava ele que a imagem de N. S. Santos tinha sido muito mal restaurada, mas que era a mesma (o que se verifica, sem grande esforço, comparando com esboços ou fotografias da Imagem actual). Mais, dizia que ainda existira outra imagem, nova, na Igreja, que não era de Táliga, nem de N. S. Santos, e que tinha sido retirada. E, finalmente, declarava, um tanto a medo, que havia pessoas que, ou por falta de cultura, ou por serem afectas ao franquismo, queriam por culpas nos portugueses para criar má vontade em relação aos mesmos.
Ignoro até onde vai a verdade e a mentira em toda esta história da “santa roubada”. É, contudo, urgente esclarecer o que se passou, pois, e de uma forma muito em desacordo com os tempos que hoje se vivem, o “roubo” continua a ser encarado por muitos taliguenhos como demonstração do mau carácter dos portugueses. Pior, dizem que a velha (antiga) santa da igreja é uma substituta do da original, o que, dada a antiguidade que apesar de tudo a mesma evidencia, é absurdo.
Não resisto (e as minha opinião vale o que vale) a chamar a atenção para o que considero ser um erro histórico no Escudo de Táliga, o primeiro conhecido da povoação, aprovado em 2003. Nele está inscrita uma cruz vermelha, que é classificada como “templária”, mas que não o é, pois a Cruz Templária era diferente e inconfundível (ver gravuras). Na parte inferior do mesmo Escudo, vê-se um ramo de laranjeira com duas laranjas, representando a Guerra das Laranjas (1801), que, segundo o texto oficial aprovado, representou a libertação de Táliga em relação a Olivença e a Portugal.
Não se contesta a importância que teve para Táliga a Guerra das Laranjas. Mas, tendo sido esta em 1801, e tendo-se autonomizado Táliga só em 1850, é difícil compreender porque se classifica como “libertadora” a primeira data.
Por outro lado, e passando agora a referir, na minha opinião, outro erro histórico, convém não esquecer que, entre 1315 e 1801, Táliga esteve integrada nas terras da Ordem de Avis. Assim, não se ter colocado no Escudo uma cruz da mesma ordem traduz-se num silenciamento do Passado Histórico da nova Vila, e no desrespeito da vivência de inúmeras gerações de taliguenhos que viveram, e muitas vezes morreram, por Portugal, durante quase 500 anos. Que razões se poderão apresentar que obstem a que se coloque uma Cruz de Cristo, ao lado de uma Cruz Templária correcta, no Escudo?