O MOINHO DE SABUGUEIRO DOS VILARES
Onde a
água fez-se suco prisioneiro,
curva e sonora dança teus candores,
pão de pobre teus lábios giradores,
e farelo teu vasto cancioneiro.
Onde o sol da espiga foi baderneiro
rosnando nos cantos e nos dulçores
hoje és só
sombra já dos teus rumores
e lua morta à luz do sabugueiro.
Te sonho hoje, canso da caminhada,
triste passo do tempo abandonado
na calada quietude sossegada.
Morada no silêncio traspassado,
memória que não volta na mirada
mas fica em mim como cravo espetado
José Andrê López Gonçalez
http://static. panoramio. com/photos/large/83276109. jpg